sábado, 28 de setembro de 2024

- Noites Sem Dormir


Noites sem dormir 
Sem prosseguir 
Os meus passos vão sempre para o mesmo lugar 
Não sei onde vou chegar
Busco a saída 
Nessa tarde abatida 
A vida é a mesma 
A dor é a mesma
Tudo é igual
E não estou nada legal
Não quero incomodar ninguém 
Por isso não vou chamar alguém 
Vou chorar 
Até setembro acabar
Quem sabe depois disso alguém venha me acordar 
E me faça lembrar 
O quão maravilhoso é viver
Nesse mundo de terrível sofrer 
O vazio é constante 
E nada é mais importante 
Nessa estrada vida
Nessa estrada prometida 
Dizem que é falta de Deus no coração 
Mas, todo dia faço minha oração 
Dizem que é frescura 
Mas, não sentem a minha secura
Que dói a alma, que arde no ser
Que me faz perecer
Nesse quarto de solidão 
E na poesia derramo minha perturbação 
Para tentar me livrar dessa maldita depressão 
Que me amarra como condenado 
Sujeito desamparado
Homem desesperado 
Em busca de alívio e alegria 
Talvez escrever seja minha terapia 
Mas, quem sabe um dia
Eu abrace a libertação 
E faça disso tudo uma linda canção
Não de amor 
De dor
Talvez seja minha salvação 
Ou minha condenação 
Encontrar o alívio para a alma 
A paz que me acalma
Um abraço 
Um traço 
Uma linha que reserve felicidade 
Que me traga verdade 
Na minha idade 
Não posso perder tempo 
Cuidar do "eu" templo
Em que contemplo 
O viver
Sem esmorecer 
Sem perecer
E somente pertencer 
Com um sorriso no rosto
E me curar desse ferimento exposto 
No meu ser
Eu desejo viver
Desejo sentir a vida
A terra prometida 
Tudo que foi perdido 
Desejo encontrar 
E voltar, caminhar 
De cabeça erguida 
Com a vitória merecida 
Ser poesia
Todo dia
E derramar alegria 
Sem se levar pela maldade 
Até a eternidade.

Warlei Antunes 
@poetaantunes

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