domingo, 1 de dezembro de 2024

- E Se A Poesia For Meu Ganha Pão?


Reconstrução renovação 
Sem dilatação 
Dentro do coração 
Deveria ser tudo de novo e repetir 
Repercutir refletir resistir 
Na ideia de escrever
Para sobreviver
Sem sofrer
Sem contas para pagar
Sem tantos problemas para se preocupar 
Deveria ser mais fácil a vida
Sem toda essa lida
Essa insana corrida
Por sucesso 
E quem suporta o processo?
E se respeitassem o poeta
Que declama de alma repleta 
Dizem que é um hobby, uma diversão 
E se poeta for minha profissão?
E se a poesia for meu ganha pão?
Vish, vai passar fome então 
Tem que ser advogado, médico ou engenheiro 
Ser poeta é estar sempre no despenhadeiro 
Conduta duvidosa 
Estrada enganosa 
Mentalidade despretensiosa
Na palavra a rima
Embaixo ou acima
Desconstruindo dizeres
Derramando prazeres 
Do ócio ao ofício 
Correr do precipício 
Buscando o desconhecido 
E pensar que eu já havia esquecido 
De como dói a solidão 
Que amarra o coração 
Nessa linha perco a trilha 
Já andei uma milha
Perdi o passo, 
O compasso
Atravessando a vida pela janela 
A cor amarela 
Perco a postura 
É tanta tontura
Pura loucura 
Para encontrar a tal da felicidade 
E olha que procurei por todas as ruas da cidade
Marcando o ponto
De bate e pronto
Ida e volta
Na dor da revolta 
Causando reviravolta 
No dia chuvoso
No dia tedioso 
Sem tomar a decisão correta 
Deixar a vida de porta aberta 
Para o que vai chegar 
E o nó desatar
Nesse embaraço-VIDA.

Warlei Antunes

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