De alguma maneira
Me perdi nessa ladeira
Meus versos caíram no asfalto
Nesse assalto
Onde encontro tudo caro,
Um indigno disparo
Que mata o inocente,
E ter que suportar o patrão intransigente
Que não tem pena de ninguém
E se não trabalhar não tem
Falta o pão de cada dia
Não recebe poesia
Muito menos alegria.
Perco tudo nessa caminhada
De origem transfigurada,
O cartão deu recusado
O viver é acusado
Por querer comer
E não ter
Não poder comprar
Porque do salário não vai sobrar,
É tão cruel
E quem paga aluguel?
Na rua esburacada
Da janela empoeirada
Vejo a casa alagada
Com a chuva que veio
E o receio?
Perder toda uma vida
Nessa insana corrida
Que não tem linha de chegada
Mas, todo dia parece o fim
E é sempre assim
Insatisfeito
Com defeito
Não tem jeito
Nada é perfeito.
E a cidade fica sem luz
E quem é que nos conduz?
Para aí moço!
Esse é o fundo do poço
Não vou subir nesse patamar
Vou me afogar
No mar de dívidas,
Condições desprovidas
Eu queria igualdade
Mas, na verdade
Isso nunca será realidade
Se nem existe equidade,
E no meio de tanta maldade
O povo padece
O faminto perece
E para ajudar, ninguém aparece
É uma dor
Que não será coberta com amor
Tem muito rancor
No coração
De quem vive dessa insatisfação,
Maldita inflação
No estômago, inflamação
É um desgosto pela eleição
Vivendo no mundo cão
É dolorido ver o candidato não cumprir sua missão
Para com a população
Maldita enganação.
Nesse país é uma danação
Se tem Facebook, mete um textão
Fazendo agitação
Mas, na verdadeira intenção
Só pensa em si próprio
Nome impróprio
Palavra vazia
Que não cabe na poesia.
No calor do momento
A raiva é o tormento.
Sem ter muito o que dizer
Só vendo o povo sofrer
Condução lotada
Obra inacabada
O trem parado no tempo
O pior contratempo.
Hoje eu vou desejar dias melhores
Ter sonhos maiores
E ver a realização
De tudo aquilo que habita no coração.
Warlei Antunes
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