sábado, 22 de fevereiro de 2025

- Sonhos Maiores


De alguma maneira
Me perdi nessa ladeira 
Meus versos caíram no asfalto
Nesse assalto
Onde encontro tudo caro,
Um indigno disparo
Que mata o inocente,
E ter que suportar o patrão intransigente
Que não tem pena de ninguém 
E se não trabalhar não tem 
Falta o pão de cada dia
Não recebe poesia
Muito menos alegria.
Perco tudo nessa caminhada 
De origem transfigurada,
O cartão deu recusado
O viver é acusado 
Por querer comer
E não ter
Não poder comprar 
Porque do salário não vai sobrar,
É tão cruel
E quem paga aluguel?
Na rua esburacada 
Da janela empoeirada 
Vejo a casa alagada 
Com a chuva que veio
E o receio?
Perder toda uma vida
Nessa insana corrida 
Que não tem linha de chegada
Mas, todo dia parece o fim
E é sempre assim
Insatisfeito
Com defeito
Não tem jeito
Nada é perfeito.
E a cidade fica sem luz
E quem é que nos conduz?
Para aí moço!
Esse é o fundo do poço 
Não vou subir nesse patamar 
Vou me afogar
No mar de dívidas,
Condições desprovidas
Eu queria igualdade 
Mas, na verdade 
Isso nunca será realidade 
Se nem existe equidade,
E no meio de tanta maldade 
O povo padece 
O faminto perece
E para ajudar, ninguém aparece 
É uma dor
Que não será coberta com amor
Tem muito rancor
No coração 
De quem vive dessa insatisfação,
Maldita inflação 
No estômago, inflamação 
É um desgosto pela eleição 
Vivendo no mundo cão 
É dolorido ver o candidato não cumprir sua missão 
Para com a população 
Maldita enganação.
Nesse país é uma danação 
Se tem Facebook, mete um textão
Fazendo agitação 
Mas, na verdadeira intenção 
Só pensa em si próprio 
Nome impróprio 
Palavra vazia
Que não cabe na poesia.
No calor do momento 
A raiva é o tormento.
Sem ter muito o que dizer
Só vendo o povo sofrer
Condução lotada
Obra inacabada 
O trem parado no tempo 
O pior contratempo.
Hoje eu vou desejar dias melhores 
Ter sonhos maiores
E ver a realização 
De tudo aquilo que habita no coração.

Warlei Antunes 

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