Tem dias em que você deseja dormir e não acordar mais. Em outros, não quer nem dormir para não perder o momento de felicidade que está vivendo, pois talvez o dia seguinte não seja tão feliz assim. São os altos e baixos: em uma hora, a vontade de abraçar o mundo com os braços e viver intensamente; na outra, a falta de forças até para levantar da cama. Um paradoxo imperfeito de uma mente que sofre em silêncio, mesmo gritando todos os dias por dentro. A vida arde, e o sofrimento parece não ter fim.
Cada guerra travada, cada obstáculo vencido... E quem vê de fora não entende. Acha que é fácil lidar, que basta levantar e seguir. Mas só sabe da dor quem passa por ela. Assim, a depressão chega como um câncer na mente, te consumindo aos poucos, até que não reste mais força e o único desejo seja que tudo acabe.
Mesmo com pessoas ao redor, mesmo tendo tudo, o vazio é imenso e nada parece preencher. Cada sorriso que encontro pelo caminho, eu absorvo. Até aquelas frases de sempre: “vai ficar tudo bem” eu engulo, na esperança de que isso realmente passe, e que eu não precise mais fingir sorrisos nos lugares que frequento. À noite, no meu quarto, tiro a máscara e me debruço na tristeza, chorando pela incerteza de um amanhã que sempre parece mais sombrio do que o dia anterior.
As marcas que carrego na alma, deixadas pela minha trajetória, são como incentivos para desistir. Palavras que ouvi ao longo do caminho, pedradas que levei, frustrações e decepções, tudo pesa. Mas, mesmo assim, sempre dou um passo à frente. Não sei se em direção à cura... ou ao precipício.
Warlei Antunes
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